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Entenda como a guerra na Ucrânia afeta a exportação de amendoim do Brasil

9 de junho de 2022
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O mês de junho chegou e com ele o nosso desejo de curtir uma festa junina. Após dois anos de pandemia, esse ano (aparentemente) dará tudo certo e poderemos nos deliciar com as comidas típicas da época. Um dos principais ingredientes da celebração é o amendoim, que vira paçoca, pé de moleque e bolo!

Apesar de o brasileiro ser um fiel consumidor do grão, com 96% dos produtos atendendo o mercado interno, a exportação do produto não para de crescer. Confira abaixo os detalhes e oportunidades do setor:

amendoim in natura

Exportação de amendoim: crescimento de mais de 433%

Em 10 anos o mercado de amendoim quase dobrou o número de países atendidos pelas exportações brasileiras.

Entre janeiro e abril de 2021, a receita das exportações de amendoim in natura somou US$ 70,8 milhões. Um aumento de mais de 12%, comparado a 2020. Mas, ao analisar os últimos dez anos, o crescimento chega a 433%. Se considerar os derivados da commodity, o saldo comercial no período registrou superávit de US$ 438 milhões.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), em uma década, a indústria quase dobrou o número de países atendidos pelas exportações de amendoim, de 56 em 2010 para 100 países em 2020.

O crescimento se deve há alguns fatores, entre eles o investimento na comercialização do grão in natura. A exportação do amendoim em grão é uma alternativa viável para aumento da produtividade, competitividade e renda da lavoura.

Porém, outros motivos cooperaram para os bons resultados, como: parceria entre os agentes da cadeia produtiva, o investimento realizado em pesquisa e na mecanização, especialização do produtor e inovação na indústria.

Os bons resultados, entretanto, estão ameaçados pela atual guerra na Ucrânia. O motivo? Rússia e Ucrânia importam 48% do amendoim brasileiro.

Guerra entre Ucrânia e Rússia afetam a produção de amendoim no Brasil

Os produtores brasileiros estavam no meio da colheita quando a guerra nos países do Leste Europeu começou. Com isso, a maioria das cargas nem chegou a sair do Brasil. Afinal, os embarques para os dois países foram suspensos. O prejuízo já assusta os empresários do setor.

Em 2021, a Rússia comprou US$ 130 milhões em amendoim do Brasil, uma alta de 10,5% em relação ao ano anterior, com uma participação de 39,2% no volume total. Só em janeiro deste ano, o valor da carga embarcada, já somava US$ 12,6 milhões. Assim como por aqui, o consumo do grão na Rússia está diretamente ligado a doces e confeitos.

Já a Ucrânia representou 8,83% das vendas externas brasileiras de amendoim, comprando US$ 29,2 milhões em 2021, uma alta de 52,7%.

O amendoim foi o primeiro produto brasileiro a ser afetado pela guerra. Afinal, praticamente toda a exportação tem como destino o Leste Europeu, que atualmente está praticamente isolado.

Para evitar mais prejuízo, os exportadores estão tentando redirecionar a carga para outros países, na Europa ou África. Mas, o mercado tem muita concorrência, movimentando 3 milhões de toneladas no comércio internacional.

Como o mercado interno está aquecido, principalmente com a volta das tradicionais festas juninas, parar de produzir não é uma opção para os produtores. A expectativa é conquistar outros destinos, no mercado internacional e manter as exportações de amendoim em ritmo crescente.